domingo, 26 de junho de 2011

A primeira semana como mãe

Nunca imaginei que ser mãe poderia ser assim... tão difícil e cansativo. Eu não sentia vontade nenhuma de comer, só queria saber de dormir. Parecia que eu nunca conseguia recuperar as duas noites que eu não dormi no hospital. Mesmo já estando por dois dias na casa da minha mãe, eu ainda não havia trocado nenhuma vez a fralda do meu filho, nem dado banho, ou trocado uma única peça de roupa.
Minha mãe estava muito preocupada com meu desinteresse. Como eu sempre tive muita vontade de ser mãe, era uma grande surpresa para todos essa minha reação.
Na verdade, nem eu entendia o que estava acontecendo comigo. Às vezes quando eu estava sozinha com meu filho no quarto, eu ficava por horas olhando pra ele e tentando encontrar dentro de mim o amor de mãe. Como era estranho o que eu sentia. Eu olhava pra ele e não conseguia sentir que era o meu filho, que eu havia carregado por 9 meses dentro de mim. Por que eu sentia aquilo?
Quando ele chorava, eu corria e entregava-o nos braços da minha mãe. Eu me sentia desajeitada e não sabia como o fazer parar de chorar. E quando ele chorava, eu ficava completamente desesperada e me sentia incapaz de fazer alguma coisa por ele sozinha. Tudo isso me angustiava.  Nem para amamentar meu filho, eu me ajeitava sozinha. Em tudo eu precisava da minha mãe. Nunca em toda minha vida, me senti tão incapaz, tão sem talento! Eu olhava pra ele e pensava que eu não havia nascido para ser mãe! E isso me entristecia demais. Era como realizar um sonho e se frustrar com ele.
Até meu casamento ficou abalado. Meu marido como não dormia direito e no outro dia, tinha que trabalhar, estava stressado demais e se irritava por eu ser tão desajeitada com nosso filho. Ele estava louco pra voltar pra nossa casa, mas era impossível isso acontecer enquanto eu não melhorasse meu desempenho como mãe. Começamos a brigar muito e tudo isso só fazia eu me sentir ainda pior. Essa era a fase que eu mais precisava dele ao meu lado, me ajudando e não fazendo eu me sentir ainda mais incapaz.
Somente no quarto dia após o nascimento do Samuel é que desceu meu leite, e com isso, mas um obstáculo a ser vencido. Desceu muito leite e empedrou tudo. A dor era horrível e minha mãe, como já havia passado por isso quando eu nasci, sabia o que fazer para que eu não sofresse como ela. Amamentei o Samuel e logo depois fui para o chuveiro passar o pente nos peitos para desempedrar o leite. Como não resolveu muito, compraram para mim uma máquina de tirar leite. E como dói aquilo. Mas depois eu sentia um alivio. O problema é que meu corpo produzia leite acima do consumo do meu filho. Acho que eu poderia amamentar gêmeos, de tanto leite que eu tinha. E olha que o Samuel mamava por 45 minutos e a cada 2 horas de intervalo.
Se não bastasse esse problema de empedrar, meu bico rachou e sangrava quando ele mamava. A dor era tanta que eu queria parar de amamentar, só não parei, porque eu estava na casa da minha mãe e ela não deixou. Minha mãe chegava a dar uma toalha pra eu morder, de tanta dor que eu sentia ao amamentar. E acho que eu passava isso para o meu filho. Era eu pegar ele no colo, ao invés dele parar de chorar, ele chorava ainda mais. Mas quando minha mãe o pegava, ele se acalmava. Isso me angustiava muito e fazia eu me sentir cada vez pior e mais incapaz como mãe.
Ensinaram tantas coisas para melhorar o tal “calor de figo” que dá no peito de muitas mães, que na verdade nem sei o que resolveu. Passei casca de mamão, peguei sol no bico do peito, uns 10 minutos cada manhã. E ainda passei uma pomada que minha cunhada usou, pois a que o meu médico receitou, não adiantava nada.
E meu filho continuava chorando dia e noite. Levamos no pediatra e ele dizia que era normal um bebê chorar. Chegamos até a chamar nosso pastor para orar por ele, pois toda noite era um tormento. O choro dele era desesperador, era choro de dor mesmo. E eu ficava desesperada, pois não sabia o que fazer. Logo que ele começava a chorar, minha mãe corria para nosso quarto para me socorrer, porque ela sabia que eu não me ajeitava sozinha.
Estávamos todos esgotados por dormir pouco. Minha mãe estava um cáco, pois além de passar várias madrugadas acordava me ajudando e trocando fraldas, pois nem isso eu fazia, ela ainda trabalhava durante o dia no corte da nossa fábrica de uniformes, que era ali na casa dela. Era uma correria o dia todo, entre fábrica e o nosso quarto, pra ver se estava tudo bem com o Samuel.
Minha mãe foi uma verdadeira guerreira! Imaginem o que ela passou... A preocupação de ter uma filha que não sabia cuidar do próprio filho e pior, que  não demonstrava o mínimo interesse em aprender. Um neto que chorava dia e noite e o pediatra dizia que era normal. E além disso tudo,  ainda estava na época de maior movimento da loja, o que exigia dela, um maior esforço no corte das malhas. E isso tudo, sem dormir direito e com a preocupação do que seria do Samuel, quando eu fosse pra minha casa.
Certa noite, acordei com dores na minha cirurgia e fui ao banheiro. Quando abaixei a calcinha, fiquei apavorada. Eu estava toda ensangüentada e todo aquele sangue saia junto com pus da minha cirurgia. Logo pensei que eu estivesse morrendo e comecei a gritar no banheiro. Minha mãe veio correndo pensando que havia acontecido algo com o Samuel, mas ele dormia feito um anjo naquela noite, o problema agora era comigo.
Ligaram correndo para o meu médico e ele disse que era normal. Era apenas para colocar um outro absorvente na cirurgia para conter o sangue e o pus e logo pela manhã ir até o consultório, para ele examinar.
Segundo ele, isso é bem comum acontecer em mães que engordam muito durante a gravidez ou que engravidam já gordas e com o ganho de peso da gestação, geram esses problemas. Ele disse que o pus que saia, era gordura e era só tomar antibiótico e fazer compressas quentes que tudo estaria resolvido. Comecei a ter febre, o que deixou minha mãe muito preocupada, mas graças a Deus, e os cuidados da minha mamãe, deu tudo certo e depois de 10 dias de antibiótico eu melhorei completamente.

2 comentários:

  1. Oi!
    Obrigada pela visita lá no blog, e que bom que gostou!
    Ai,guria, que começo difícil, realmente bem complicado, ainda bem que passo, e deu tudo certo,né?
    Bom, os maridos nem sempre entendem, homens são assim!rs
    Um beijo,
    Angi

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  2. Menina, eu tô bege!! eu não imaginava isso tudo!! cmg tb foi complicado os primeiros dias, com todo mundo é...o cansaço, a inexperiência...mas nada comparado a este teu relato...que barra!! olha, eu tb levei um susto com esse negócio de sair sangue e pus dos pontos da cirurgia...não foi assim muita coisa, mas me deixou mto preocupada tb...a secretária do meu médico morava no mesmo prédio que eu...e eu chamei ela...e ela disse que era normal...mas pra me tranqüilizar ligou pro meu médico na minha frente e ele confirmou ser normal...ele tb mandou eu colocar um "Carfree" no local...mas pra ajudar a cicatrizar, passei um spray de Rifocina...e ficou td bem...cada coisa que a gente passa né?! mas graças a Deus tu superou td...e és com certeza uma ótima mãe!! beijocas!!

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Obrigada por comentar em meu Blog!! Beijinhos...