terça-feira, 15 de maio de 2012

“O daloto telia pedar o dato dento da tasa do toelho”


Era assim que o meu filho falava quando queria dizer “O garoto queria pegar o gato dentro da casa do coelho”! Algumas pessoas achavam que era normal ele falar assim, pois ele tem só 4 anos. Diziam que era besteira minha, que eu queria me aparecer, só pra dizer que meu filho freqüentava uma Fonoaudióloga! Olha quanto absurdo eu ouvi! Mas eu, como mãe, percebia que outras crianças com a mesma idade que a dele, já falavam corretamente e por isso procurei ajuda de uma fonoaudióloga.

Quando ele tinha 3 anos, eu já havia perguntado para a pediatra dele, se era normal ele falar assim e ela disse para eu esperar até ele completar 4 anos. Completados os esperados 4 anos e o problema persistindo, pedi encaminhamento para a pediatra e ela o encaminhou para uma fonoaudióloga.

Como meu filho tem Unimed, claro que eu queria um profissional que atendesse pelo plano, então foi mais uma longa espera por uma vaga. Deixei o nome dele em várias listas de espera, até que finalmente consegui uma vaga.

Minha maior preocupação era porque eu percebia que várias pessoas riam dele por ele falar errado e isso me preocupava, pois ele começou a perceber os deboches e ficava com vergonha de falar. Como eu trabalho em uma livraria e ele vem comigo para o trabalho, alguns clientes remedavam ele e isso estava constrangendo ele.

Na primeira consulta com a Dra Patrícia, a fonoaudióloga, após a avaliação, ela perguntou se ele teve refluxo. Respondi que sim e contei toda a história do tal pediatra que demorou a tratar o problema. Então estava explicado, mais uma seqüela do bendito refluxo que por erro médico demorou tanto a ser tratado!

Mas, vamos em frente com o tratamento... A cada nova consulta, exercícios para fazer durante a semana e muito stress, porque o Samuel morria de preguiça para fazer e para ajudar, ele tinha ânsia de vômito, nas primeiras semanas.

Eu o levava na frente do espelho e mostrava que a língua tinha que encostar-se aos dentes debaixo, mas não tinha jeito, ele não conseguia. A língua dele só conseguia encostar-se aos dentes de cima. Aquilo me dava uma aflição, parecia que ele nunca iria conseguir encostar a bendita língua embaixo, pois quando era usado um pirulito, ou uma colher, ou qualquer objeto para auxiliar o aprendizado da língua a encostar-se à parte debaixo, ele fazia ânsia de vômito. Que desespero! Quanta aflição! Quanta paciência que eu precisei ter...

Mas com muita perseverança e disciplina minha e dele, após 5 seções de fono, finalmente ele já consegue falar : Casa, cachorro, gato, goela, gula, comida... perfeitamente! Graças à Deus e graças a Fonoaudióloga Patrícia!

Vencemos mais uma batalha! A partir da próxima quinta começa a luta para ele aprender a falar o “R”! Juro que teve momentos que eu pensei que fosse impossível ele falar certo. Mas como disse a Paty, eu rasgo o meu diploma se ele não falar correto!

Adorei ela, um amor, a paciência em pessoa com o meu filho! Obrigada Paty! Adoramos conhecer você!

Vamos que vamos e boa sorte para nós... agora com a luta do “R”!!

Beijinhos para quem passa por aqui... estou tentando voltar aos poucos a escrever aqui!!