quarta-feira, 29 de junho de 2011

Chegou à hora de voltar pra minha casa


 Meu filho já estava com 22 dias quando fui obrigada a ter coragem de sair da casa da minha mãe e voltar pra nossa casa. Digo “obrigada”, porque meu marido teve um desentendimento com meus pais e não tinha mais clima para ele ficar lá. Então ele me intimou: vai comigo ou vai ficar ai sozinha? Que escolha eu tinha? Eu estava casada e tinha a minha casa, se meu marido estava voltando para o nosso lar, eu tinha que encarar o medo de cuidar do nosso filho sozinha!

Na verdade, se eu fosse esperar o dia certo para eu me sentir pronta pra cuidar dele sozinha, esse dia não chegaria nunca! Eu já sabia trocar fralda e dar banho, um pouco insegura ainda, mas eu já me virava. O que mais me assustava eram as madrugadas com ele chorando sem parar e eu sem saber o que fazer. Mas meu marido prometeu que ele me ajudaria, porque na casa da minha mãe, ele nem levantava da cama. Era eu e minha mãe, sozinha na sala, fazendo o impossível pra tentar acalmar o Samuel.

Como o prometido, meu marido me surpreendeu nas primeiras noites. Ele ficou acordado comigo me ajudando por várias madrugadas. Com o tempo, fui me sentindo mais segura e deixava-o dormir garregando o Samuel pra sala, até ele se acalmar. Foram várias madrugadas assim. Nunca imaginei que uma criança poderia chorar tanto! Mas quando eu o tinha em meus braços, se alimentando com o meu leite, eu sentia que tudo valia a pena. Cada madrugada, cada susto, casa desespero que eu sentia em vê-lo chorar, eu sentia que valia a pena.

Alguns vizinhos e amigos, quando iam nos visitar, comentavam que o Samuel deveria ter refluxo pra chorar tanto assim. Porque se fosse só cólica, chazinho resolveria. E no caso dele, não adiantava nada. Indicaram-me então, uma senhora que fazia massagens em recém-nascidos pra fechar o estômago e assim resolver o refluxo. Fiquei com medo, como qualquer mãe de primeira viagem e primeiro consultei o pediatra dele. Lógico que ele disse que não adiantaria nada e que era normal criança chorar. A cada consulta, eu me irritava quando ele dizia que “tudo” era normal. Como poderia ser normal uma criança chorar tanto, como meu filho chorava?

Por várias vezes cogitei a hipótese de trocarmos de pediatra, mas meu marido não aceitava de jeito nenhum. Para ele, aquele era o melhor pediatra, pois foi quem cuidou dele quando pequeno. Isso me irritava, mas eu sentia medo de trocar e dar algo errado, então a culpa seria só minha. O que fazer? Resolvi então, arriscar e ligar pra tal senhora que fazia massagens. Não custava tentar, afinal só o que eu queria era ver meu filho com saúde e sem dor.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

O início de uma linda história de amor



Com 6 dias de vida, caiu o restante do cordão umbilical que estava preso ao umbigo do meu pequeno. Esse acontecimento foi um marco na minha vida como mãe. Eu me sentia muito insegura em trocar fralda, ou trocar a roupa dele, por causa do resto do cordão. Com minha inexperiência, eu sentia medo de fazer algo errado e machucar o meu bebê. Foi um grande alívio quando ele finalmente caiu. Finalmente eu poderia começar a aprender a cuidar do meu filho.

Até este momento, eu praticamente amamentava meu filho, o resto era tudo minha mãe que fazia. Então no 6º dia de vida do meu filho, troquei a primeira fralda! E depois desse momento um pouco desajeitado, nada mais foi igual.

O Samuel foi um bebê que chorava o tempo inteiro. Eram raros os momento em que ele estava acordado, que não chorava. Ou ele estava dormindo, ou estava chorando. Então, até para trocar a fralda era um desespero, porque ele chorava tanto, mas tanto que chegava a sumir a voz, ele ficava roxo e parecia que iria morrer. Minha mãe dizia que ele se “afinava”! Não sei qual o nome certo, quando isso acontece, só sei que era assustador!

Como não podia ser diferente, na minha primeira troca de fralda, ele “se afinou”! Como eu fiquei assustada. É horrível ver essa cena acontecendo com nosso filho. Acho que eu me assustava ainda mais, porque minha mãe me deixava apavorada quando isso acontecia. Ela o jogava para o alto, para ele voltar a chorar e isso acho que o deixava ainda mais apavorado e eu também. Mais tarde, descobri que se eu não fizer nada e me manter tranqüila, conversando com ele, naturalmente ele volta ao normal sozinho. Mas isso eu descobri, quando ele já tinha mais de 1 mês de vida, com uma senhora que fazia massagem nele. Aprendi muito com essa senhora, mas isso eu vou contar outro dia.

Aos poucos fui conseguindo trocar ele até mesmo sozinha, sem a presença da minha mãe ao meu lado. Fui então me sentindo mais segura e começou a brotar um grande amor e uma grande afinidade entre eu e meu filho.

A cada amamentação fomos ficando cada vez mais próximos e mais íntimos. A dor começou a ficar menor, diante do grande prazer que era alimentar o meu filho com o meu leite e assim me sentir mãe de verdade. Um momento único foi no dia que ele mamando, pegou na alça do meu sutiã e olhou bem dentro dos meus olhos. Senti como se ele sorrisse enquanto mamava. Foi um momento lindo e único. Era como se ele estivesse dizendo “Te amo mamãe”!

E cada dia foi ficando mais gostoso cuidar do meu filho e menos cansativo. Ele continuava virando muita madrugada chorando e eu perdendo muita noite de sono, mas agora estava tudo diferente, algo dentro de mim estava mudando. Acho que a fase da depressão pós-parto, já havia passado e finalmente eu estava desfrutando do grande presente que eu ganhei de Deus... meu filho Samuel Henrique Buogo, que eu AMO mais que tudo na vida!

domingo, 26 de junho de 2011

A primeira semana como mãe

Nunca imaginei que ser mãe poderia ser assim... tão difícil e cansativo. Eu não sentia vontade nenhuma de comer, só queria saber de dormir. Parecia que eu nunca conseguia recuperar as duas noites que eu não dormi no hospital. Mesmo já estando por dois dias na casa da minha mãe, eu ainda não havia trocado nenhuma vez a fralda do meu filho, nem dado banho, ou trocado uma única peça de roupa.
Minha mãe estava muito preocupada com meu desinteresse. Como eu sempre tive muita vontade de ser mãe, era uma grande surpresa para todos essa minha reação.
Na verdade, nem eu entendia o que estava acontecendo comigo. Às vezes quando eu estava sozinha com meu filho no quarto, eu ficava por horas olhando pra ele e tentando encontrar dentro de mim o amor de mãe. Como era estranho o que eu sentia. Eu olhava pra ele e não conseguia sentir que era o meu filho, que eu havia carregado por 9 meses dentro de mim. Por que eu sentia aquilo?
Quando ele chorava, eu corria e entregava-o nos braços da minha mãe. Eu me sentia desajeitada e não sabia como o fazer parar de chorar. E quando ele chorava, eu ficava completamente desesperada e me sentia incapaz de fazer alguma coisa por ele sozinha. Tudo isso me angustiava.  Nem para amamentar meu filho, eu me ajeitava sozinha. Em tudo eu precisava da minha mãe. Nunca em toda minha vida, me senti tão incapaz, tão sem talento! Eu olhava pra ele e pensava que eu não havia nascido para ser mãe! E isso me entristecia demais. Era como realizar um sonho e se frustrar com ele.
Até meu casamento ficou abalado. Meu marido como não dormia direito e no outro dia, tinha que trabalhar, estava stressado demais e se irritava por eu ser tão desajeitada com nosso filho. Ele estava louco pra voltar pra nossa casa, mas era impossível isso acontecer enquanto eu não melhorasse meu desempenho como mãe. Começamos a brigar muito e tudo isso só fazia eu me sentir ainda pior. Essa era a fase que eu mais precisava dele ao meu lado, me ajudando e não fazendo eu me sentir ainda mais incapaz.
Somente no quarto dia após o nascimento do Samuel é que desceu meu leite, e com isso, mas um obstáculo a ser vencido. Desceu muito leite e empedrou tudo. A dor era horrível e minha mãe, como já havia passado por isso quando eu nasci, sabia o que fazer para que eu não sofresse como ela. Amamentei o Samuel e logo depois fui para o chuveiro passar o pente nos peitos para desempedrar o leite. Como não resolveu muito, compraram para mim uma máquina de tirar leite. E como dói aquilo. Mas depois eu sentia um alivio. O problema é que meu corpo produzia leite acima do consumo do meu filho. Acho que eu poderia amamentar gêmeos, de tanto leite que eu tinha. E olha que o Samuel mamava por 45 minutos e a cada 2 horas de intervalo.
Se não bastasse esse problema de empedrar, meu bico rachou e sangrava quando ele mamava. A dor era tanta que eu queria parar de amamentar, só não parei, porque eu estava na casa da minha mãe e ela não deixou. Minha mãe chegava a dar uma toalha pra eu morder, de tanta dor que eu sentia ao amamentar. E acho que eu passava isso para o meu filho. Era eu pegar ele no colo, ao invés dele parar de chorar, ele chorava ainda mais. Mas quando minha mãe o pegava, ele se acalmava. Isso me angustiava muito e fazia eu me sentir cada vez pior e mais incapaz como mãe.
Ensinaram tantas coisas para melhorar o tal “calor de figo” que dá no peito de muitas mães, que na verdade nem sei o que resolveu. Passei casca de mamão, peguei sol no bico do peito, uns 10 minutos cada manhã. E ainda passei uma pomada que minha cunhada usou, pois a que o meu médico receitou, não adiantava nada.
E meu filho continuava chorando dia e noite. Levamos no pediatra e ele dizia que era normal um bebê chorar. Chegamos até a chamar nosso pastor para orar por ele, pois toda noite era um tormento. O choro dele era desesperador, era choro de dor mesmo. E eu ficava desesperada, pois não sabia o que fazer. Logo que ele começava a chorar, minha mãe corria para nosso quarto para me socorrer, porque ela sabia que eu não me ajeitava sozinha.
Estávamos todos esgotados por dormir pouco. Minha mãe estava um cáco, pois além de passar várias madrugadas acordava me ajudando e trocando fraldas, pois nem isso eu fazia, ela ainda trabalhava durante o dia no corte da nossa fábrica de uniformes, que era ali na casa dela. Era uma correria o dia todo, entre fábrica e o nosso quarto, pra ver se estava tudo bem com o Samuel.
Minha mãe foi uma verdadeira guerreira! Imaginem o que ela passou... A preocupação de ter uma filha que não sabia cuidar do próprio filho e pior, que  não demonstrava o mínimo interesse em aprender. Um neto que chorava dia e noite e o pediatra dizia que era normal. E além disso tudo,  ainda estava na época de maior movimento da loja, o que exigia dela, um maior esforço no corte das malhas. E isso tudo, sem dormir direito e com a preocupação do que seria do Samuel, quando eu fosse pra minha casa.
Certa noite, acordei com dores na minha cirurgia e fui ao banheiro. Quando abaixei a calcinha, fiquei apavorada. Eu estava toda ensangüentada e todo aquele sangue saia junto com pus da minha cirurgia. Logo pensei que eu estivesse morrendo e comecei a gritar no banheiro. Minha mãe veio correndo pensando que havia acontecido algo com o Samuel, mas ele dormia feito um anjo naquela noite, o problema agora era comigo.
Ligaram correndo para o meu médico e ele disse que era normal. Era apenas para colocar um outro absorvente na cirurgia para conter o sangue e o pus e logo pela manhã ir até o consultório, para ele examinar.
Segundo ele, isso é bem comum acontecer em mães que engordam muito durante a gravidez ou que engravidam já gordas e com o ganho de peso da gestação, geram esses problemas. Ele disse que o pus que saia, era gordura e era só tomar antibiótico e fazer compressas quentes que tudo estaria resolvido. Comecei a ter febre, o que deixou minha mãe muito preocupada, mas graças a Deus, e os cuidados da minha mamãe, deu tudo certo e depois de 10 dias de antibiótico eu melhorei completamente.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Meu primeiro dia como mãe



Fiquei mais algum tempo na sala de recuperação, depois fui levada para o quarto. Lá estavam me esperando: meu marido, meus pais e minha sogra. Logo em seguida chegou o Samuca, meu bebê.

Eu ainda estava um pouco confusa com tudo o que eu estava sentindo, mas quando ele chegou ali no quarto, fiquei olhando pra ele, tão pequenininho, era o meu bebê! Pedi para colocar ele ao meu lado e a enfermeira falou pra eu amamentar.

Tiveram que me auxiliar, pois eu era completamente desajeitada como mãe. Então eu descobri como era dolorida a amamentação! E pra ajudar, ele sugava, sugava e não tinha leite.

Recebemos mais algumas visitas e por fim, foi minha sogra que ficou comigo durante a noite. Eu precisava muito desabafar com alguém tudo o que eu estava sentindo, todas aquelas dúvidas. Eu precisava saber se era normal, eu sentir o que eu estava sentindo, mas eu não tinha coragem de contar pra ela. Naquele momento, eu queria na verdade, a minha mãe, mas infelizmente ela não podia estar ali comigo e graças a Deus eu podia contar com a minha sogra.

Creio que já passava das 22 horas, quando eu pedi para a enfermeira se eu podia tomar um banho. Ela me fez sentar na cama e perguntou se estava tudo bem. Então, começou a rodar tudo e parecia que eu iria desmaiar, e veio um enjôo horrível e vomitei muito.

Depois de tudo limpo e eu estar me sentindo melhor, tomei o meu banho. Mesmo de banho tomado, eu não conseguia dormir. O Samuel parecia um anjo dormindo. Passei a madrugada toda olhando pra ele. Eu até tentava fechar os olhos, mas o sono não vinha, e eu tinha medo de acontecer alguma coisa com ele se eu dormisse. Nem sei o que passava na minha cabeça, mas parecia que ele só ficaria bem se eu estivesse olhando pra ele.

Pela manhã, meu marido chegou e minha sogra foi pra casa descansar. Creio que ela também não conseguiu pregar o olho a noite toda. Ela ficava preocupada comigo e eu com o Samuel.(risos)

O dia seguiu com muitas visitas e eu já estava tonta de tanto sono. Juro que minha vontade era mandar todo mundo embora, para eu conseguir dormir e descansar. O Samuel continuava um anjo! Chorava muito pouco, só quando queria mamar, ou tinha feito coco. Na verdade ele só sugava, pois eu ainda não tinha leite.

A última visita saiu depois das 22horas. Tomei um banho e tentei dormir. Então o meu anjinho começou a chorar sem parar...

O PARTO



Minha sogra começou a ficar preocupada e com medo de eu ter o bebê ali mesmo na casa dela de praia e mesmo com ela apavorando o meu marido com essa possibilidade, ele realmente me fez esperar até a costela ficar pronta! Parece piada, mas foi exatamente assim.

Fomos para o hospital por volta das 15 horas, logo após nos fartarmos com a costela. Tomei banho e partimos. Mesmo com as contrações de 15 em 15 minutos, não parecia que tinha chegado o momento. A sensação que eu tinha, é que iríamos chegar ao hospital e eles nos mandariam de volta pra casa.

Chegamos lá e estava cheio o Pronto Atendimento. Fiquei escorada no balcão, pois nem tinha lugar pra sentar. Então tive mais uma contração e mesmo sem emitir nenhum som o atendente se apavorou quando viu que eu estava grávida e chamou correndo uma enfermeira que me colocou numa cadeira de rodas. Fiquei toda assustada! Mesmo eu falando que estava bem, que poderia ir andando, eles não deixaram. O Evandro, meu marido ficou preenchendo a ficha, também todo assustado com o que estava acontecendo.

A enfermeira que me atendeu, disse que eu já estava com dilatação e havia chegado a hora. Nesse momento eu saí completamente do ar. Sempre achei que eu ficaria muito nervosa, com medo, mas nada! Absolutamente nada! Eu não sentia nada! Uma loucura! Parecia que só estava o meu corpo ali e eu havia sido arrebatada!

Pedi pra chamarem o meu marido e contei pra ele que eu teria o nosso bebê dali a alguns minutos. Ele quase caiu pra trás! Tanto eu, como ele, não esperava que fosse naquele dia, afinal sexta passada fui à consulta com o meu obstetra e ele disse que o bebê não estava pronto pra nascer. Então como que 2 dias depois, já estava? Pedi pro Evandro ligar para os fotógrafos que iriam filmar o parto (não deu tempo de eles chegarem a tempo pra filmar) e para alguém ir à nossa casa e buscar a minha mala e do bebê que já estava pronta desde os 7 meses de gestação. Isso mesmo, fazia quase 2 meses que nossas malas já estavam prontas!

Fiquei só com aquela camisola horrível do Hospital deitada numa sala de espera. Ligaram para o meu médico e pediram urgência, pois mais um pouco não seria mais possível fazer a cessaria, eu teria um parto normal. E isso eu não queria de jeito nenhum. A enfermeira até tentou me convencer, pois segundo ela, era só me colocarem no soro e eu teria meu filho de parto normal.

Um pouco antes de o médico chegar, fui levada pra sala de cirurgia pra conversar com o anestesista. A primeira pergunta dele, foi que horas eu havia feito minha última refeição e o que eu havia comido. Quando eu respondi que havia acabado de almoçar costela, ele fez uma cara que me deixou com medo e logo perguntei o “porque”. Ele falou pra eu ficar tranqüila, que daria tudo certo. Por incrível que pareça, eu fiquei tranqüila! Entreguei aquele momento nas mãos do Senhor Jesus e descansei.

O médico chegou e quando ele autorizou a anestesia, foi que eu realmente acreditei que tinha chegado o momento de eu conhecer o meu filho. Não senti nada, só a picada da agulha. Sempre ouvi falar que era horrível a dor dessa anestesia, mas pra mim foi super tranqüilo.

Durante a cirurgia, ocorreu tudo tranquilamente, até o momento que pegaram o Samuel e falaram entre eles, que o bebê estava com o cordão enrolado no pescoço, e logo em seguida ele fez xixi em mim. O médico não deu grandes explicações do que estava acontecendo, foi até meio ríspido quando eu perguntei, mas nas fotos que a enfermeira bateu deu pra ver nitidamente o cordão enrolado no pescoço.

Graças a Deus, deu tudo certo! Logo depois de tudo resolvido, trouxeram o meu bebê pra eu ver... Sempre quando eu imaginava esse momento, eu me emocionava e chorava, mas naquela hora... eu não senti nada! Estranho, muito estranho! Era o meu filho! Saiu de mim! O filho que eu tanto sonhei em ter, desde menina... Que eu chorei pedindo pro Senhor me abençoar com uma gravidez... Ele estava ali, e eu não chorei, não senti nada! Era como se estivessem me mostrando um bebê qualquer, sei lá...

Eles levaram o bebê pra tomar banho e colocar a roupinha e disseram que depois levariam para o quarto. Enquanto o médico terminava de me costurar, eu tentava entender a minha reação e o que eu estava sentindo. Sempre ouvi falar que esse momento era mágico, que era amor à primeira vista e porque comigo não foi assim? Será que existe no mundo, mais alguma mãe que sentiu isso que eu senti? Será que é isso que sentem aquelas mães que abandonam seus filhos em latas de lixo? Será que se eu não tivesse uma família estruturada pra me dar apoio, um marido, uma mãe, um pai, será que eu faria o que essas mulheres fazem e muitas vezes ao lermos essas histórias nos jornais ou quando vemos na TV condenamos? Será que eu estava com o que chamam, depressão pós-parto?

terça-feira, 21 de junho de 2011

GESTAÇÃO


A gestação é uma fase única na vida da mulher. É quando sentimos o milagre da vida acontecendo dentro de nós. E esse privilégio é único das mulheres!

A minha gravidez foi muito sonhada... Desde menina sempre sonhei com esse momento... Creio que até fantasiei um pouco, imaginando que seria tudo perfeito! É como no casamento, antes de vivermos a realidade do casamento, pensamos que será como um conto de fada, que viveremos o "felizes para sempre"! Sendo que a realidade é outra, e a chegada de um filho é assim também. Eu pensava que seria tudo perfeito. Meu filho iria mamar e dormir, eu iria trocar as fraldas, dar banho, trocar a roupinha e ele ficaria lindo e cheiroso. Simples assim, era dessa forma que eu imaginava que seria. Eu sei que algumas mulheres têm essa sorte, mas eu não tive, e sinceramente isso não estava nos meus planos...

Também fantasiei a gestação achando que eu me sentiria linda, que meu marido iria viver beijando a minha barriga, que seria tudo perfeito. Mas não foi.

Creio que até os 6 meses eu curti bastante, me achava linda com aquela barriga. Tanto que o meu book foi feito nesse momento. Então dá pra imaginar o tamanho que eu fiquei!

Quando eu engravidei, estava 15 kg acima do meu peso e durante a gravidez, engordei mais 15 kg, ou seja, no final de tudo eu estava 30 kg mais gorda que o normal. Imagine agora, todo esse peso na época mais quente no ano, o verão! Imaginou? Então dá pra entender porque não foi tão perfeito assim...

Eu me sentia um elefante! Não tinha calçado que me servisse, roupas eu só usava vestido e legging com blusão. Até bermuda do meu marido, que pesa mais de 100 kg, me servia! Resumindo, eu estava praticamente entrando em depressão, mal podia me olhar no espelho, e não via à hora de ganhar o meu bebê e me livrar daquela barriga enorme.

Estrias? Elas apareceram depois do 7º mês, pois eu hidratava muito minha barriga. Eu usava em média 3 tubos de creme por mês, mais um gel para as pernas, pra aliviar o cansaço e evitar as varizes. Elas apareceram somente na parte inferior na barriga, abaixo do umbigo, quase nem dá pra ver e o biquíni, dependendo do tamanho, tapa. A parte mais prejudicada pelas temíveis estrias, foi o bumbum e as coxas. Não cometam esse erro! Hidratem tudo, do joelho até o pescoço! Eu passava o creme mais na barriga e nos peitos e raramente no bumbum, coxas e pernas.

Pelo ultra-som a data prevista para o nascimento do meu filho era 12 de fevereiro, mas sonhávamos com a data 1º de fevereiro, pois eu nasci dia 1º de maio e meu marido dia 1º de janeiro e nosso namoro e noivado foi também no dia 1º de maio, então seria perfeito ele nascer também no dia “primeiro”! Entretanto, o meu médico disse que ainda era cedo, que ele não estava “maduro” ainda, e nos convenceu a esperar pela natureza.

Aproveitamos para passar o feriado de carnaval na praia, na casa da minha sogra e fomos logo após o meio de sábado, meu último dia no trabalho. Mesmo enorme e inchada eu trabalhei até o último dia. Na segunda-feira, dia 4 de fevereiro meu marido e sogro planejaram fazer uma costela enorme e convidaram vários amigos e parentes para almoçarem. Meu marido acordou praticamente de madrugada para fazer o fogo e colocar a costela pra assar. Ele estava muito empolgado com a primeira costela inteira que ele estava ajudando a assar e nem imaginava o que estava por vir naquele dia tão comum, uma segunda-feira de carnaval!

Acho que por volta das 9 horas da manhã, comecei a sentir as primeiras contrações. Era uma dor tipo cólica menstrual, que começava nas costas e corria para o ventre. Era uma dor intensa, mas suportável e durava alguns segundos e passava.

Comentei com minha sogra o que eu estava sentindo, e ela disse para eu marcar de quanto em quanto tempo a dor voltava, e assim eu fiz. Conversei com meu marido e ele disse pra eu esperar até a costela ficar pronta, porque ele estava louco pra comer. Dá pra acreditar? E o tempo de uma contração e outra, foi reduzindo pouco a pouco...